O que é automedicação?
Na maioria das vezes vista como recurso imediato para aliviar uma dor ou mal estar, a automedicação é uma prática utilizada pela maior parte das pessoas. Os motivos para que isso aconteça são inúmeros: a falta de acesso ao atendimento de um médico, a falta de recursos financeiros, o costume de sempre tentar curar os problemas de saúde pedindo a opinião de amigos e parentes, etc. Também tem culpa, em partes, a numerosa divulgação sobre medicamentos, que pode induzir pessoas leigas a usarem medicamentos inadequadamente. É muito importante frisar aqui que nenhum medicamento, por mais inofensivo que possa parecer, está livre de efeitos colaterais.
A automedicação pode oferecer consequências muito sérias e é considerada um problema de saúde não somente no Brasil, mas no mundo todo. Pesquisas do Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas (SINTOX) apontam que medicamentos ministrados de forma indevida são a principal causa de intoxicação no território nacional.
O que a automedicação pode causar?
Por causa de seu fácil acesso, analgésicos, antitérmicos e anti-inflamatórios estão no topo da lista de medicamentos que mais provocam intoxicação. O uso desmedido de medicamentos pode desencadear ou até mesmo agravar doenças ao encobrir determinados sintomas, causar reações alérgicas severas além de intoxicações. No que se refere à automedicação com antibióticos, o perigo é ainda mais grave: isso aumenta a resistência dos microorganismos a determinado medicamento e compromete a eficácia de tratamentos futuros.
Além disso, um dos principais pontos de atenção é o que chamamos de interação medicamentosa. Isso acontece quando dois medicamentos são utilizados juntos e três situações podem acontecer: um remédio potencializa o outro, um anula completamente os efeitos do outro ou ainda um dos medicamentos pode modificar a absorção do outro pelo corpo. Sem falar nos casos em que a ingestão de medicamentos acompanha o uso de outras substâncias prejudiciais como bebidas alcoólicas, cigarro ou entorpecentes.
Outro problema comum nos casos de automedicação, provavelmente por ausência de conhecimento, é crer que qualquer medicamento categorizado como fitoterápico está livre de contra indicações. Medicamentos, sejam eles fitoterápicos ou homeopáticos, só devem ser usados com orientação de um profissional. É extremamente comum que pacientes apresentem reações indesejadas com o uso de medicamentos desse tipo e, mesmo assim, continuem a utilizá-los pela falsa crença de que o remédio não é industrializado, só porque possui algum extrato vegetal em sua composição.
Quais os riscos da automedicação?
Entre os riscos mais comuns do uso indiscriminado de medicamentos, estão:
- A automedicação pode levar a falsos diagnósticos, com possibilidade de piorar uma doença;
- Apenas um médico pode orientar sobre o uso correto ou troca dos medicamentos prescritos;
- Sintomas iguais nem sempre têm causas iguais. Sintomas são apenas indicadores de que algo está incorreto no organismo;
- Medicamentos antes prescritos podem não ser eficazes se empregados em uma reincidência da doença;
- Interações medicamentosas podem ter consequências gravíssimas.
Se você acha que apresenta um problema de saúde, busque um médico o mais rápido possível e tente evitar recomendações de conhecidos. Caso vá comprar medicamentos de venda livre, ou seja, que não exigem bula, como um analgésico, é de suma importância buscar auxílio do farmacêutico. Ele é responsável pela manipulação e pela venda de medicamentos. Não caia na ideia antiquada de que ele é somente a pessoa que atende no balcão da farmácia. Em muitos casos ele poderá orientar sobre o medicamento mais indicado e também sobre interações entre os remédios.
Que tal conferir um vídeo que preparamos para você sobre esse assunto?